Área histórica tombada pelo (IPHAN) - Instituto do Patrimônio Histórico Nacional em 2011


Praça Irmãos Dantas, 1937

Segundo Jureni Machado Bitencourt, os primórdios de Piracuruca estão ligados aos diversos acontecimentos históricos relacionados com a expulsão dos franceses do forte de São Luiz (Maranhão) e a ocupação das terras índias situadas na região da Ibiapaba. Tais acontecimentos foram registrados nas terras próximas, extrapolando-se para a procura dos caminhos de ligação entre o Ceará e o Maranhão e resultando na expansão da catequese missionária e também, nas guerras de extermínio dos índios tremenbés, portanto, são tão antigos quanto as primeiras tentativas portuguesas para realizar o povoamento da terra brasileira.

Ilustração: Livro apontamentos Históricos da Piracuruca, 1989

O município advém da vila e da freguesia do mesmo nome e, mais remotamente, da fazenda e logradouro "SÍTIO" localizada às margens direitas do rio Piracuruca, distante 180 quilômetros, aproximadamente da sua nascente ("cabeceira d’água") na Serra Grande ou Ibiapaba.
O topônimo PIRACURUCA significa "peixe que ronca" no idioma indígena. Há quem defenda o fato de haver sido PIRAC’URUCA, numa ligeira deformação de pronúncia. É possível levando-se em consideração que a Região da Ibiapaba foi, nos primeiros tempos da colonização, habitada e invadida por tribos de dialetos diferentes.
Sem sombra de dúvida, a fazenda e logradouro SÍTIO é muito mais antigo que a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, cuja construção iniciada no período de 1718-1722, vem servindo de ponto de partida para todos os relatos sobre a cidade.


Igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo, 2010



No começo do século XVIII, os irmãos Manuel e José Dantas Corrêa, desbravando os sertões piauienses, fundaram nas terras do atual Município de Piracuruca diversas fazendas de criação. Certa vez, aprisionados pelos índios quiriris, fizeram promessa à N. S.ª do Carmo de no local construírem um templo consagrado à Virgem. Obtida a graça, deram início em 1718 à construção do majestoso templo, em torno do qual surgiu uma próspera povoação.
Piracuruca era ponto de passagem obrigatória dos negociantes que se dirigiam para o porto de Parnaíba, o que acelerou o seu desenvolvimento.
Foi uma das comunas que mais sofreu, durante a revolta dos Balaios. Na fazenda do Bebedouro, a oito léguas da Vila, travou-se em 20 e 21 de setembro de 1839 grande combate entre as forças legais e revoltosos ali entrincheirados, terminando com a derrota e rendição dos rebeldes. 

Povoamento indígena
A ocupação das terras do Norte do Piauí não foi ato pacífico. O devassamento foi precedido de violenta campanha contra os índios, para obriga-los à submissão, à convivência pacífica com seus dominadores. Quando essa pacificação era obtida, praticava-se o abuso da escravidão, da exploração sexual das cunhãs e da usurpação das terras.


Inscrições rupestres, parque Sete Cidades, 1988


A resistência dos índios é fato histórico. Se antes apresentaram-se dóceis e hospitaleiros, reagiram aos primeiros desrespeitos aos seus valores tribais. 




A guerra contra o gentio (índio) teve desdobramento permanente até a completa limpeza da região; desapareceram da Piracuruca os grupos Tocarijus e Alongas, referidos, com nomes diferentes mas, provavelmente, integrantes de uma só tribo. Eram índios de corso, isto é, de hábitos errantes; na época do verão localizavam-se nos sopés da Serra da Ibiapaba e durante os invernos ou no começo das chuvas, desciam para as margens do Rio Bitorocara (ou Bitorocaia) que é, atualmente, o rio Piracuruca e, também para as ribanceiras do Rio Longá; colhiam cajús e dedicavam-se as atividades de pesca; eram arredios nos tratos com os homens brancos de quem fugiam com medo de tiros e das pégas de aprisionamento.



Nos relatos históricos, são abundantes as citações de tribos que povoaram a região da Ibiapaba e as terras interiores do Piauí. As nações Tabajaras e Potiguara encabeçam a lista. Depois, aparecem Anacés, Acajus, Tarariús, Carathiús e Canindés. Nas terras baixas, entre a Ibiapaba e o Rio Parnaíba, aparecem os Potis, Aranhis, Aroás e Cupinharões. Para o norte figuram os Tocarijus e Alongas; No litoral apareceram os índios Tremenbés. Nas margens do Rio Parnaíba, do lado maranhense registram-se os Anapurus, mas conhecidos como índios Barbados. Para o Sul do Piauí, registram-se os Guerês, Gurguéias e Pimenteiras.

Todas as tribos foram, gradualmente desaparecendo. Insistiram os colonos e sesmeiros na expulsão e extermínio do gentio com o objetivo de utilizarem de suas terras para a criação solta dos rebanhos; não apenas isso. Apesar da proibição real e da constante vigilância exercida pelos jesuítas, teimavam os “senhores da terra” em escravizar os índios empregando-se nos trabalhos dos engenhos e nas farinhadas.

Com o passar dos anos, quando já se introduzia no Brasil a prática da escravidão negra, importando-se escravos da áfrica, promoveu-se o elemento índio a feitor, a vigilante de senzalas e a rastejador de negros fugitivos, em cujas tarefas revelaram-se habilíssimos.

A integração do índio na comunidade dos conquistadores teve de passar, portanto por essas etapas; do extermínio tribal, à aculturação via catequese ou submissão servil resultado dessas últimas o cruzamento das raças de que se originou o povo nordestino. No município essas tribos sumiram gradativamente, podemos ver em algumas inscrições rupestres na região a existência de tais tribos que viveram aqui por vários anos. Os nossos traços de mistificação é visível na população através das gerações que por aqui estiveram no povoamento da Piracuruca atual.



Rio Piracuruca, 2011

O Rio Piracuruca

Considerado por Anísio Brito como a artéria principal do município o rio Piracuruca tem sua origem na vasta cordilheira da Ibiapaba. Dali nasce o Rio Piracuruca, do córrego insignificante denominado São Benedito, perto da progressiva cidade do mesmo nome. O rio Piracuruca era conhecido também como Rio Bitorocara ou Bitorocaia, conforme a a língua indígena e dos grupos que ocupava as margens e riachos em torno do rio.
As águas do Piracuruca precipitam-se do alto daquela cordilheira, oferecendo uma bela vista, tomam, a princípio o poente, para, ao penetrar nos sertões piauienses, já no município de Piracuruca cortarem-se na direção este à oeste, descrevendo pequenas curvas, a mais notável já quando se avizinha da fazenda Barra, ao desaguar no Longá. Tem, de curso, cerca de 34 léguas, sendo a maior parte dentro do município.



O leito e as margens do Piracuruca, desde sua nascente, ora são arenosas, ora atravessando baixões férteis e próprios à cultura, ora, o que é mais freqüente, se compõe de grandes camadas de pedras formando, aqui e acolá, cachoeiras, ora deslizam as águas sobre lajedos imensos. Das margens do Piracuruca, os Irmãos Dantas retiraram as pedras para a construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
A barragem construída na administração do Prefeito Antônio de Sousa na década de 40 teve grande significação para a mudança dos hábitos da população de Piracuruca pois proporcionou – sem que assim fosse esperado – a existência de um belíssimo balneário coletivo frequentado, assiduamente, para fins de lazer. É que a represa nas épocas de cheias do Rio Piracuruca transforma-se numa cascata extensa, com variadas formas de escoamento das águas, ora em quedas d’água debaixo dos quais se mantém os banhistas, sem grandes perigos de acidentes.


Rio Piracuruca, barragem da prainha, 2009

Inicio da ponte sobre o Rio Piracuruca, bairro Guarani, 2009

Hoje o rio conta com uma enorme represa construída recentemente que com certeza é uma das maiores do Piauí, essa represa possibilitou que o mesmo ficasse praticamente perene e também tranquilizou a população com relação aos perigos das cheias e das secas, pois a grande barragem funciona como um equilíbrio para dosar a evasão das águas, além de tudo proporcionou a formação de vários balneários para o lazer e também a possibilidade de dar condições à sobrevivência da população que vive da agricultura e da pesca.


A CONSTRUÇÃO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO

O imponente templo mede cerca de 39 metros de extensão por 18 metros de largura, e é toda armada, tanto interna como externamente, de elegantes colunatas de pedras lavradas que forma, na entrada um belo peristilo. Constando de três capelas e cinco altares, elegante e artisticamente dispostos, primando pela escultura, pintura e obras de talha, notam-se ainda muitos outros objetos custosos e de súbito merecimento artístico e histórico, como a pia batismal, o púlpito, um lavatório de mármore, a lâmpada de prata e outros objetos e parâmetros dignos de elogio.( foto, 1947)


A Igreja tem sua importância impar para Piracuruca, pois em torno desse suntuoso templo, erguido pela mão poderosa da fé, se foram congregando famílias que edificaram as primeiras casas, constituindo dentro de pouco tempo a próspera povoação de Piracuruca.


É com certeza um dos mais belos e antigos templos do Piauí, sendo que o término de sua construção data do ano de 1743. É uma arquitetura religiosa que apresenta em sua parte frontal linhas barrocas, com cercaduras e ornatos de cantaria de pedra.


Ao longo da história a Igreja tem "acumulado e vivido" todos os fatos pertinentes à cidade de Piracuruca, sendo que no passado foi o mais importante centro religioso da região, prova disso é que somente em 1805, por provisão do Bispo Diocesano do Maranhão, Dom Luíz de Brito Homem criou-se a paróquia de Nossa Senhora da Graça em Parnaíba, sendo seu território desmembrado do de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca da qual até então, capela filial.

Nos primeiros tempos foi rápido o desenvolvimento da povoação, relativamente ao das outras capitanias. A população vivia praticamente baseada na criação, pois seus terrenos planos eram cobertos com ricas pastagens e muitos córregos, isso, lhe dava um panorama muito encantador e aconchegante.


Em breve, a suntuosa igreja de N. S. do Carmo foi contornada de casaria despertando das fronteiras as simpatias ao povoado.

Não se conhece a data da elevação de Piracuruca á freguesia.

Em 1760, quando já se achava edificada a Igreja de Nossa Senhora do Carmo já aparecem os primeiros documentos que tratam da freguesia de Piracuruca. Em 1761, a povoação já possuía 1402 pessoas adultas. Sendo Parnaíba o empório do comércio do sertão da capitania, Piracuruca era o ponto de passagem de comerciantes de todo o norte, pelo que muito facilitou o seu desenvolvimento.

Foi visitada pelos primeiros governadores da capitania, e Carlos César Burlamarqui notando-lhe o progresso chegou a propor à metrópole a elevação de Piracuruca à categoria de vila, em 1807 o que não foi deferido.

A 18 de agosto de 1762, o primeiro governador da capitania, João Pereira Caldas, instalou com as solenidades do estilo a vila de são João da Parnaíba na Matriz de Piracuruca.
Em 1797, a população de Piracuruca já se elevava a 7315 pessoas.

Bem que simples povoado, ainda sem autonomia, acompanhou o movimento libertário que procedeu a nossa separação de Portugal.

Proclamada a nossa independência em Parnaíba a 19 de outubro, o sargento-mor João José da Cunha Fidié partiu, imediatamente, de Oeiras, passando em Campo Maior e em Piracuruca a 12 de dezembro de 1822.
Em Parnaíba não teve que lutar o governador das armas, pois, os chefes independentes, sem recursos militares, foram buscá-los no Ceará.


habitantes do século 19


Foi antes, recebido festivamente pelo povo e câmara municipal. 

Leonardo de Carvalho Castelo Branco, Alferes Secretário da Divisão Auxiliadora do Piauí e ardoroso patriota, achava-se no Ceará, e, conseguindo ali reforços, dirigiu-se à povoação de Piracuruca, que tomou a 22 de Janeiro de 1823, proclamando independência, ali, redigindo a proclamação que terminará assim: 

"Que vos falta, pois, amados irmãos? Que vos impede os passos? Que vos prende a língua? 

Ai! Gritai comigo: 

Viva nossa santa religião!


Viva a futura Constituição Brasiliense! 


Viva a D. Pedro I, Imperador Constitucional do Brasil e seu Perpétuo Defensor! 


Viva a nossa santa Independência! 

Vivam todos os Brasileiros honrados, briosos e intrépido! 


Quartel de Piracuruca, 22 de janeiro de 1823. 


Aderiu, pois, Piracuruca, à Independência, a 22 de janeiro, antes do pronunciamento da capital.

A demora de Fidié em Parnaíba deu tempo à proclamação de 24 de janeiro, por Manoel de Sousa Martins, o futuro Visconde da Parnaíba, que conseguiu a comunhão do Piauí, entre as províncias independentes do Brasil. 
Impõe-se, agora, o regresso do Sargento-mor Fidié. 

Narra assim, o Visconde Vieira da Silva, a passagem de Fidié por Piracuruca: 

"Chegando à localidade Iliós de Baixo, e, desejando tomar a retaguarda dos independentes que haviam evacuado Piracuruca, mandou marchar oitenta homens de cavalaria com dois oficiais para reconhecer o terreno. No dia 10 de março encontrou-se este piquete com uns quarenta ou cinqüenta independentes também montados, com os quais tiveram uma escaramuça, junto ao lago jacaré, sofrendo estes últimos alguma perda, e ficando da tropa portuguesa um soldado prisioneiro." 

Como se vê, Piracuruca foi onde primeiro se lutou pela nossa independência. A escaramuça à margem da lagoa do jacaré, foi como que o prelúdio do grande combate do Jenipapo que ocorreu no dia 13 de Março de 1823.




Teatro ao ar livre, 2008. Batalha do Jacaré, 1823



Só em 1832 foi Piracuruca elevada à categoria de vila, decreto da Regência de 6 de julho de 1832.

Teve lugar a instalação solene da vila à 23 de dezembro de 1833, a que, assistiu o coronel Simplício Dias da Silva, presidente da Câmara de Parnaíba, e foram os primeiros vereadores os cidadãos Albino Borges Leal, Francisco José do Rego Castelo Branco, Vicente Pereira dos Santos, Manoel Rodrigues de Carvalho, Antônio das Mercês Santiago, Pedro de Britto Passos e Manoel da Costa Portela.



Típica família Piracuruquense, 1933



Vila de Piracuruca


Só em 1832 foi Piracuruca elevada à categoria de vila, decreto da Regência de 6 de julho de 1832.

Teve lugar a instalação solene da vila à 23 de dezembro de 1833, a que, assistiu o coronel Simplício Dias da Silva, presidente da Câmara de Parnaíba, e foram os primeiros vereadores os cidadãos Albino Borges Leal, Francisco José do Rego Castelo Branco, Vicente Pereira dos Santos, Manoel Rodrigues de Carvalho, Antônio das Mercês Santiago, Pedro de Britto Passos e Manoel da Costa Portela.


Elevação à categoria de cidade




Inauguração do asfalto na praça Irmãos Dantas, 1974

A Vila de Piracuruca foi elevada à categoria de cidade no dia 28 de dezembro de 1889, quarenta e três dias após o ato da proclamação da República. O decreto de elevação recebeu o número 1 e foi assinado pelo primeiro governador republicano do Piauí, Sr. Gregório Taumaturgo de Azevedo.



Não há documentos da época, em Piracuruca. O livro de atas da Câmara desapareceu, foi destruído pelo tempo, devorado por cupins ou subtraído por algum colecionador.

Inauguração da Usina elétrica, 1947


Por tradição oral sabe-se que o primeiro intendente municipal foi o coronel Pedro Melchíades de Brito Passos, filho do chefe político e Tenente Coronel Gervásio de Britto Passos e neto, portanto de Pedro Britto.
Fonte: (www.Piracuruca.com) O Piauhy no Centenário de sua Independência - Anísio Brito, Apontamentos Históricos da Piracuruca - Jureni Machado Bitencourt


FOTOS: Cortesia: Augusto Brito (Em memoria)










HISTÓRIA DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
   
Praça Irmãos Dantas, 1937


O imponente templo mede cerca de 39 metros de extensão por 18 metros de largura, e é toda armada, tanto interna como externamente, de elegantes colunatas de pedras lavradas que forma, na entrada um belo peristilo. Constando de três capelas e cinco altares, elegante e artisticamente dispostos, primando pela escultura, pintura e obras de talha, notam-se ainda muitos outros objetos custosos e de súbito merecimento artístico e histórico, como a pia batismal, o púlpito, um lavatório de mármore, a lâmpada de prata e outros objetos e parâmetros dignos de elogio.

A Igreja tem sua importância impar para Piracuruca, pois em torno desse suntuoso templo, erguido pela mão poderosa da fé, se foram congregando famílias que edificaram as primeiras casas, constituindo dentro de pouco tempo a próspera povoação de Piracuruca.

É com certeza um dos mais belos e antigos templos do Piauí, sendo que o término de sua construção data do ano de 1743. É uma arquitetura religiosa que apresenta em sua parte frontal linhas barrocas, com cercaduras e ornatos de cantaria de pedra.

Procissão de N.S. do Carmo, 2013

Ao longo da história a Igreja tem "acumulado e vivido" todos os fatos pertinentes à cidade de Piracuruca, sendo que no passado foi o mais importante centro religioso da região, prova disso é que somente em 1805, por provisão do Bispo Diocesano do Maranhão, Dom Luíz de Brito Homem criou-se a paróquia de Nossa Senhora da Graça em Parnaíba, sendo seu território desmembrado do de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca da qual até então, capela filial.



Fonte: (www.piracuruca.com) O Piauhy no Centenário de sua Independência - Anísio Brito, Apontamentos Históricos da Piracuruca - Jureni Machado Bitencourt






HISTÓRIA DA IGREJA DE SANTO ANTÔNIO

IGREJA DE SANTO ANTÔNIO, 1988


A origem da história da Igreja de Santo Antonio em Piracuruca, iniciou-se a partir da devoção de uma humilde senhora que residia no bairro Guarani. Mesmo de idade avançada, impulsionada pela fé, festejava anualmente o trezenário do santo protetor. 

A cada ano ela escolhia o provedor do festejo. Em 1894, o escolhido foi o Cel. Luis de Britto Mello. Ao término da festa, o Cel. Luis de Brito juntamente com o Cel. João Facundo de Resende, resolveram destinar a renda para a construção de uma Igreja ao glorioso Santo Antonio.

Igreja de Santo Antonio, 2010


O Cel. João Facundo com o objetivo de corresponder à uma das suas aspirações cristãs e dos demais devotos, doou um terreno próximo à sua residência para a edificação da almejada Igreja.

No dia 30 de setembro de 1894, às 11 horas do dia, foi lançada a pedra fundamental da Igreja de Santo Antonio, Na ocasião foi também celebrado o casamento do Cel. Luis de Britto Mello com Vicença de Britto Passos, filha do Senador Gervásio de Brito Passos. Foi um grande dia, caracterizado, sobretudo, pela alegria do povo, por ter conquistado a morada de Deus e ponto de comunhão entre os cristãos.


Procissão de Santo Antonio, 2010

É importante dizer que, o Cel. João Facundo foi quem doou a maior parte do material necessário à realização da obra. E graças ao seu espírito de solidariedade, voluntariamente prontificou-se para administrá-la. Alude-se ainda a valiosa colaboração do Senador Gervásio, que participou doando material à construção. Quanto ao povo simples, colaborou promovendo rifas e leilões, além de transportar material e prestar dia de serviço gratuitamente.


Assim sendo, foi por causa da capacidade de doação e de esforço do povo cristão, que irmanado ao Cel. João Facundo, construíram a Igreja de Santo Antonio, fruto do amor e da espiritualidade de um povo que generosamente lançou as bases de uma Igreja que ainda hoje, a partir da fé em Deus, conserva a veneração a Santo Antônio, grande intercessor. Fonte: piracuruca.com


A HISTÓRIA DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS


IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS NO BAIRRO ESPLANADA, 2004

Imagem de São Francisco, 2012


HISTÓRIA: Ao primeiro dia do mês de novembro de mil novecentos e cinqüenta e cinco, às cinco horas da tarde, sendo Pontífice reinante o Papa Pio XII, Bispo de Diocese o Exmo. e Revmo Sr. D. Felipe Condurú Pacheco, Presidente da República, o Exmo. Sr. Dr. João Café Filho, Governador do Estado o Exmo. General Manoel Jacob Gaioso e Almendra, Prefeito Municipal o Sr. Capitão José Mendes de Morais, presentes exmas. altoridades locais e grande número de fiéis, o Revmo. Mons. Benedito Cantuária de Almeida e Sousa, competentemente autorizado pela Exma. autoridade Diocesana, segundo o Ritual Romano efetuou a bênção da 1ª pedra da Capela a ser edificada no alto do Bairro pela piedade e despensas dos devotos do referido Santo. Assim, depois, de cantado ‘Vem criador’, O Revmo. Pároco começou a bênção ritual, terminando esta, cantou-se um hino ao Glorioso São Francisco, acompanhado pela orquestra retirada da Banda Municipal Local, que achava presente ao dito ato para soleniza-lo, enquanto ao ar foguetes e vivas dos fiéis, aclamando o grande Patriarca de Assis.


Igreja de São Francisco, 2011



O Revmo. Pe. Cooperador usou a palavra, emocionado, disse muito bem da significação da cerimônia que então se procedia e convidou a todos os presentes a auxiliarem a construção do aludido templo para que, quanto antes, seja uma realidade o que naquele momento se iniciava.

Ad pertuam rei memoriam, lavrou-se a presente Ata que, depois de ser assinada, pelo Pároco, pelo Vigário Cooperador, Pe. Joaquim Ximenes Coutinho, e demais autoridades presentes, será envolvida com um pano de material plástico, introduzida, juntamente com moedas do tempo atual, na cana do alicerce onde ficará a porta principal da Capela.

Assinaturas:
Mons. Benedito Cantuária de Almeida Sousa – Pároco
Pe. Joaquim Ximenes Coutinho – Vigário Cooperador
José Mendes de Morais – Prefeito Municipal
Mário de Morais Resende
Cândido Rodrigues
Antonio Nunes Barbosa
Gonçalo Alves de Melo
Raimundo Leandro
José Lopes da Trindade
Luis Fortes de Almeida Portugal
José Fortes de Cerqueira
Francisco Mariano
José Correia

No dia 21 de fevereiro de 1998 a Capela de São Francisco de Assis no Bairro Esplanada, foi elevada à categoria de Matriz, pelo Decreto nº 02/98 do Bispo Diocesano de Parnaíba, D. Joaquim Rufino do Rego e no mesmo dia foi instalada na Nova Paróquia, tendo como Pároco Pe. Oney Braga de Sousa, conforme Provisão do Bispo Diocesano, registrada no Livro Comp. 01, fl 60v da Cúria Diocesana de Parnaíba. Com a morte do Padre Oney Braga em 2003, o padre Antônio Brasilino assumiu a paróquia; O Padre João de Jesus assumiu em 2010 até 2014; O Padre Marcos Francisco Oliveira, natural de Piracuruca, assumiu a paróquia em julho de 2014. Os festejos do padroeiro são comemorados todo ano do dia 24 de setembro a 04 de outubro.


Fonte: Paróquia de São Francisco de Assis





















FOTOS HISTÓRICAS:




PRAÇA IRMÃOS DANTAS 1945

Casarão, 1989

Andaray Futebol Clube, 1940



Times de futebol na década de 80 no Estadio Municipal Doca Ribeiro Magalhães
Mané Garrincha joga em Piracuruca em 1975






























Monsenhor Benedito





De acordo com o historiador Pe. Cláudio Melo, em seu livro Fé e Civilização, provavelmente acontecera em 1722 ou em 1723, em razão do desmembramento da Freguesia do Surubim (Campo Maior). É provável que o primeiro sacerdote tenha sido o Pe. João da Costa Pereira, sesmeiro e desbravador desde o século XVII. Sabe-se que, em 1732, o Pe. José Lopes Pereira iniciou suas atividades, interrompendo-as em 1742, quando fora transferido para a recém criada Freguesia do Desterro do Piauí. Segundo o Pe. Cláudio Melo, o vigário José Lopes Pereira ainda retornaria em dois períodos: de 1763 a 1767; e o último, de 1772 a 1780. Durante seu exercício fora auxiliado por frades carmelitas e outros missionários.


A ocupação da área de sua jurisdição (Brejo, Maranhão; Parnaíba; Buriti dos Lopes; Bom Princípio do Piauí; Batalha; Pedro II; Domingos Mourão; Milton Brandão; Lagoa de São Francisco; Piracuruca; Cocal; Cocal dos Alves; São José do Divino; brasileira; São João da Fronteira) está relacionada com o fim do período holandês no Recife, em 1654, decorrendo na migração dos Tabajaras, liderados pela família Camarão para a serra da Ibiapaba; o povoamento de cristãos-novos, judeus convertidos, e demais degredados (ciganos, inclusive) por determinação da Coroa portuguesa, oriundos de Portugal e dos Açores; a construção das estradas de ligação entre o Maranhão e o Ceará; a revolta de Beckman, irmãos cristãos-novos, donos de engenho no Maranhão; o aldeamento dos jesuítas em Viçosa do Ceará, na serra da Ibiapaba; a atuação de bandeirantes paulistas (capitão-mor, mestre do campo da conquista do Piauí, Francisco Dias de Siqueira, conhecido como O Surdo ou O Apuçá, auxiliado por João Pires de Brito; capitão-mor João Amaro Maciel Parente), baianos (capitão-mor Bernardo de Carvalho e Aguiar, Coronel Pedro Barbosa Leal); e maranhenses (Capitão-mor do Maranhão Vital Maciel Parente) e pernambucanos (capitão-mor Antônio da Cunha Souto Maior, mestre da conquista do Piauí e do Maranhão; a ação evangelizadora de missionários de várias ordens religiosas: mercedários, carmelitas e jesuítas, por exemplo.






O início da data da construção da Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo é ignorado. A história corrente na região diz que ela está associada aos irmãos Manuel Dantas Correia e José Dantas Correia. Porém, desconhece-se se os dois tinham alguma ligação com os carmelitas e mercedários que atuavam no norte do Piauí. Uma de suas primeiras imagens, Nossa Senhora do Monte Serrate, fora trazida da Ermida de Nossa Senhora do Monte Serrate, construída em 1711 pelo Coronel Pedro Barbosa Leal na Vila Velha da Parnaíba, em razão do aumento dos ataques dos Tremembés à região, no começo do segundo decênio do século XVIII.
A freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo tornou-se vila de Nossa Senhora do Carmo da Piracuruca através de Decreto Regencial em 6 de julho de 1832, e foi emancipada politicamente, elevando-se à categoria de cidade pelo Decreto Estadual nº 01, de 28.12.1889. 
Rota da passagem de colonizadores que do Ceará adentravam pela terra dos índios Tocarijus, rumo ao Maranhão. A cidade guarda até hoje a aparência da arquitetura do tempo colonial e destaca-se pela hospitalidade do seu povo. A economia baseia-se na pecuária e no extrativismo da carnaubeira...





FOTOS: Arquivo Marcio Gomes e piracuruca.com





Hino de Piracuruca

Levantai-vos todos nesta hora,

Somos pioneiros para luta.

Sempre caminhando sem demora,

Nesta cidade de Piracuruca.


Estribilho

Unidos em bravo vivo e forte, 

Nesta cidade com alegria o povo canta. (bis) 

Que no Piauí fica no norte, 

Piracuruca dos Irmãos Dantas. 

Desde quando para nós existe, 

Dedicamos toda nossa homenagem. 

Sempre bela, amada e nunca triste, 

Dando exemplo de serviço e de coragem. 

Quando expressamos o teu nome, 

Que é sempre lindo como o nascer de uma flor. 

Tens tua beleza de renome, 

Piracuruca é expressão de muito amor. 

Não podes negar tuas riquezas, 

Tua cultura e os produtos regionais. 

Todo teu turismo é uma beleza, 

Também são belas as festas tradicionais. 

Todos os habitantes desta terra, 

A tem como acolhedora e querida. 

És um doce “escudo que se encerra”, 

Para teus filhos és mãe que dá a vida. 








Fonte: Câmara Municipal de Piracuruca - Lei n° 1.272/91



(HINO) CANÇÃO DE PIRACURUCA
Letra por Glauco Luz

Melodia por Aurélio Melo

Água que vem da terra fria
E no nosso peito deságua
Feliz daquele que um dia
Bebe dessa água

Terra da lenda e da magia
Das Sete Cidades encantadas
Onde as pedras são vivas esculturas
Que se movem pelas madrugadas

E Olho D Água do Padre
Rua da Goela e majestosa Igreja
De Nossa Senhora Do Carmo
Que eu adoro onde quer que eu esteja


Por todo lugar onde passo

Hospitaleira ela me aninha

Do Casarão do Padre Sá Palácio

Ao regaço da Prainha
 
Fogo que é fé e chama e luz

E traduz a força do lugar

Piracuruca dos Tocarijus

Quero este teu ar



Teu ar de grandeza e liberdade

Que os Dantas heróis precursores


Legaram a toda cidade












LINK PARA BAIXAR A CANÇÃO:










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USINA DE CULTURA








Quando foi construído, o prédio onde hoje funciona a usina de cultura, tinha por finalidade abrigar o motor da Usina elétrica, que funcionava anteriormente no casarão do Padre Sá Palácio. Inicialmente, a usina funcionou com um motor movido á lenha de fabricação Alemã, de marca Deutz, que se encontra exposto na Praça da Usina. Outros motores mais modernos vieram a substituí-lo entre eles o motor Black Stone, comprado em 1953, que ainda hoje se encontra montado em seu lugar origem dentro do prédio da usina.



A Usina elétrica de Piracuruca funcionou até o inicio da década de 70, quando foi desativada com a chegada da energia elétrica fornecida pela COHEB-Companhia Hidrelétrica de Boa Esperança. 



Depois de passar alguns anos servindo como curral da correição da prefeitura, o antigo prédio teve outro aproveitamento. Foi totalmente reformado, ganhou um moderno auditório com capacidade para 104 pessoas, espaço para exposições fotográficas, palco para espetáculos artísticos e culturais. 


Fonte: Piracuruca iniciando geografia e história (Iran de Brito Machado)






A história de Piracuruca não começa com a construção da igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo.
Quando os dois irmãos portugueses José e Manuel Dantas Correia chegaram à região de Piracuruca, por volta de 1718, a região já era povoada e possuía rebanhos, organizados em fazendas, e os moradores já praticavam agricultura de subsistência.
Na localidade “Sítio” existia uma capela onde eram feitos os predicamentos da freguesia, cuja existência é anterior à vinda dos irmãos Dantas. Há registro de que os irmãos Dantas, em viagem à procura de ouro e pedras preciosas, foram aprisionados pelos índios Tocarijus ou Alongás. Suplicaram salvação à intercessão de Nossa Senhora do Monte do Carmo, com a promessa de que, atendidos, construiriam um templo em sinal de reconhecimento pela graça alcançada.
Salvos, iniciaram o árduo trabalho de cumprir a promessa. José Dantas Correia deixou Piracuruca no processo de edificação do prédio da igreja, sendo ignorado o seu destino. Manuel Dantas Correia prosseguiu sozinho o seu trabalho. Quando morreu, por volta de 1743, o templo ainda não estava totalmente concluído, faltando a cobertura que, somente, foi feita depois de 1772.
A construção do mais belo templo religioso do Piauí, o único tombado pelo SPHAM - Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no período de 1722 a 1743, contribuiu, sobremaneira, para aumentar e consolidar o povoamento nas proximidades da fazenda “Sítio”, depois Piracuruca, situada às margens do rio do mesmo nome, cerca de 180 quilômetros da sua nascente, localizada no pé da Sera da Ibiapaba, na divisa do Piauí com o Ceará.
A localidade “Sítio” já existia muito antes de 1700. A hipótese da vinda dos irmãos Dantas à Piracuruca, no ano de 1718, baseia-se na suspeita de que ambos, Manoel e José, fossem “ïrmãos leigos” da Companhia de Jesus. Nessas condições, vieram prestar um serviço relevante, construindo o templo em louvor a Nossa Senhora do Carmo e gerir negócios de fazendas para o suporte financeiro de um projeto mais ambicioso: instalação de um seminário no sopé da Ibiapaba.
O rio Bitorocara, no entendimento de alguns, depois rio Piracuruca, topônimo que significa “ peixe que ronca “, em lingua indígena, sediava as suas margens as fazendas Serra, de Pedro Alves Pereira; Jatobá, de Lourenço de Sousa Meireles; e Bitorocara, do capitão-de-campo da conquista do Piauí e Maranhão, Bernardo de Carvalho Aguiar. A bacia hidrográfica do rio Bitorocara (Piracuruca) era conhecida como “Pés-de-Serra” ou “Região dos Alongás”. Bernardo de Carvalho Aguiar, proprietário da fazenda Bitorocara, substituiu a Antônio Soutomaior nas funções de mestre-de-campo do Piauí, tendo a tropa sob seu comando vencido os ínidos Aranhis. Resumo histórico:
- No período em que o capitão Bernardo de Carvalho Aguiar era mestre-de-campo da conquista do Piauí, foi preso o líder indígena Mandu Ladino, morto em 1716.
- Em 1621, as terras que constituem o Piauí e Ceará foram incluídas no território do Estado Colonial do Maranhão.
- A 25 de agosto de 1654, o Estado Colonial do Maranhão foi transformado em Estado do Maranhão e Grã-Pará.
- Na mesma data (25 de agosto de 1654), as terras do Piauí foram desmembradas do controle do Maranhão, tendo como limite o rio Parnaíba, ficando sob o domínio do Estado Colonial do Brasil.
- Os padres jesuítas Antônio Ribeiro e Pedro Pedrosa empreenderam viagem por terra em 1654, do Maranhão à Serra da Ibiapaba, atravessando os rios Parnaíba (Punaré), Longá Piracuruca (Bitorocara). Da margem do Piracuruca observaram a elevação da Serra Grande, na divisa do Piauí com o Ceará.
- A ocupação das terras do Norte do Piauí ocorreu através de violenta campanha contra os índios, para submetê-los à pacificação, submissão e escravidão.
- A vasta região de Piracuruca, que incluía os hoje municípios de Cocal, Piripiri, Pedro II, Batalha, Domingos Mourão, Brasileira, São José do Divino, Buriti dos Lopes, era habitada pelos índios Tocarijus e Alongás.
- Em 1700, o Piauí já se encontrava ocupado pelos senhores da Casa da Torre, da Bahia, do coronel Garcia D’Ávila.
- Bernardo de Carvalho Aguiar, proprietário da extensa fazenda Bitorocara, que ocupava os territórios de Piracuruca e santo Antônio do Surubim, esteve no cargo de mestre-de-campo da conquista do Piauí até 1730.
- Os blocos de pedra para a construção do templo de Nossa Senhora do Carmo foram retirados do leito do rio Piracuruca e transportados em carros de boi.
- Os irmãos Dantas Correia gastaram duzentos mil cruzados na construção da igreja de Piracuruca, provenientes dos lucros obtidos com a venda dos rebanhos das nove fazendas que implantaram na região a padroeira de Piracuruca, todos os seus bens.
- Supõe-se que Manuel Dantas Correia tenha sido sepultado no interior da igreja.
- A fazenda “Sítio” corresponde hoje a área onde se situa o centro urbano de Piracuruca.
- Foi Sebastião José de Carvalho e Mello, conde de Oeiras e Marquês de Pombal, secretário de Estado do rei Dom José , de Portugal, quem ordenou a instalação da Capitania de São José do Piauí e a implantação de vilas.
- João Pereira Caldas foi o primeiro governador da Capitania do Piauí.
- Em 1718, o distrito do Piauí foi elevado à condição de Capitania, até então subordinada ora à Bahia, ora ao Maranhão.
- Em 16 de agosto de 1762, em ato solene no interior da igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Piracuruca, o governador João Pereira Caldas cria a Vila de São João da Parnaíba. Da solenidade, participaram o Conselheiro da Casa de Suplicação de Portugal, Francisco Marcellino de Gouveia e o ouvidor Luiz José Duarte Freire.
- Em 1784, é instituída a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca, destinada a manter o patrimônio da santa, administrar o cemitério e zelar pela igreja.
- Provisão datada de 12 de julho de 1805, do bispo diocesano do Maranhão, dom Luiz de Britto Homem, cria a Paróquia de Nossa Senhora da Graça de Parnaíba, desmembrado do o seu território da paróquia de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca, da qual era capela filial.
- A rua da Goela foi a primeira artéria urbana de Piracuruca. Começava em frente da igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo e acabava no cemitério Campo da Saudade. A rua, apertada e comprida, recebeu o nome de João Martiniano. Anos antes, a família de João Martiniano, chefe político que havia cometido suicídio, foi impedida de enterrá-lo naquele cemitério.
- Gonçalo Machado de Siqueira, proprietário da fazendfa Valentim, era o homem mais rico de Piracuruca no final do século XVIII. Era parente do desbravador paulista Francisco Dias de Siqueira.
- Carta Régia de outubro de 1811 desvincula a Capitania do Piauí do Piauí da Jurisdição do Maranhão e lhe dá foro administrativo próprio.
- Em setembro de 1812, autoridades da Vila de São João da Parnaíba, com o apoio do povo de Piracuruca, reivindicam ao governador do Piauí, Amaro Joaquim Raposo de Albuquerque, a transferência da capital, de Oeiras, para aquela região litorânea.
- Em 1813, o território de Piracuruca já contabilizava mais de oito mil habitantes.
- Destacava-se o rico proprietário de fazendas de gado de Piracuruca, Pedro de Britto Passos. Natural da Vila de Granja, no Ceará, era filho de Agostinho de Britto Passos Júnior e Joana Pereira de Sousa; bisneto de Manuel Barbosa e Catarina Britto, ambos de Portugal. Pedro casou-se com Ana Maria de Cerqueira, filha de Gonçalo Machado de Siqueira.
- No dia 22 de janeiro de 1823, o alferes Leonardo de Nossa Senhora das Dores Castelo Branco, em frente da igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Piracuruca, lê o manifesto proclamando a adesão do Piauí à independência do Brasil, fiel ao Imperador dom Pedro II, depois de prender a guarnição militar deixada alí pelo major João José da Cunha Fidié. O comandante português deixara sua destacamento em Piracuruca quando de sua passagem para Parnaíba, onde fora sufocar movimento libertário eclodido a 19 de outubro de 1822 e liderado pelo coronel Simplício Dias da Silva, pelo capitão Domingos Dias da Silva, por Cândido de Deus e Silva, Bernardo Freitas Caldas, Joaquim Timóteo de Britto e outros bravos patriotas.
- No dia 6 de julho de 1832, Piracuruca é elevada à condição de Vila.
- A 23 de dezembro de 1833, o presidente da Câmara de Parnaíba, coronel Simplício Dias da Silva, em ato solene em Piracuruca, no intrior da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, instala a vila do mesmo nome e dá posse aos primeiros vereadores.
- Os primeiros vereadores de Piracuruca foram Albino Borges Leal (presidente da Câmara), Francisco José do Rego Castelo Branco, Vicente Pereira dos Santos, Manuel Rodrigues de Carvalho, Antônio das Mercês Santiago, Pedro de Britto Passos e Ladislau da Costa Portela.
- A 16 de agosto de 1844, a Vila de Piracuruca é elevada à Comarca, desmembrando-se da jurisdição de Parnaíba, passando a ter foro e juizado próprios.
- Em 1844, residiam dois padres na extensa Vila de Piracuruca, da qual fazia parte Periperi. O vigário José Monteiro de Sá Palácio e o padre Domingos de Freitas e Silva, que se afastara dos predicamentos, por livre vontade, para viver maritalmente com Lucinda Rosa de Sousa. Sá Palácio também deixou descendentes.
- Em 1851, foi criada a paróquia do povoado Matões, sob o orago de Nossa Senhora da Conceição.
- Em 1854, o povoado Matões, hoje Pedro II, foi elevado à categoria de vila sendo o seu território desmembrado do de Piracuruca.
- Em agosto de 1851 foi criada a freguesia de São Gonçalo da Batalha, território também desmembrado de Piracuruca. - Em 17 de dezembro de 1855, Batalha é elevada a vila, sendo José Florindo de Castro o seu primeiro dirigente e primeiro vigário, o padre Antônio Simão de Moura.
- Em 1857, a Confraria de Nossa Senhora do Carmo de Piracuruca concluiu a construção do cemitério Campo da Saudade.
- A 17 de março de 1872, com 18 dias no cargo, o tenente-coronel José Amaro Machado, natural de Batalha, presidente da Província do Piauí, e sua mulher Ana Machado Miranda, são vítimas de envenenamento. No trágico acontecimento morreram osé Amaro, sua mulher e a filha Josefina.
- José Amaro Machado era muito ligado à Vila de Piracuruca, onde seu filho, coronel Tote Machado, foi influente chefe político. - Pedro de Britto Passos, patriarca de Piracuruca, morreu aos 82 anos de idade, no dia 24 de julho de 1875, em sua fazenda Chafariz. Era pai do senador Gervásio de Britto Passos.
- Piracuruca, até então vila, foi elevada à cidade no dia 28 de dezembro de 1889, 43 dias após a proclamação da República.
- O Decreto Nº 1, de elevação de Piracuruca a cidade, foi assinado pelo governador republicano do Piauí, Gregório Taumaturgo de Azevedo. -
O primeiro Intendente de Piracuruca foi o coronel Pedro Melchiades de Britto Passos, filho do senador e coronel Gervásio de Bitto Passos. Tomou posse no dia 7 de janeiro de 1905.
- O coronel João Facundo de Rezende, filho de Simplício Coelho de Rezende, foi o segundo Intendente de Piracuruca.
- O terceiro Intendente foi o coronel Luiz de Britto Mello, cuja posse ocorreu em 1915. -
Em 1919, ocupa a Intendência Municipal de Piracuruca o comerciante Mariano de Brito.
- A 7 de fevereiro de 1923, morre o senador Gervásio de Britto Passos.
- O dia 19 de novembro de 1923 assinala a chegada em Piracuruca, proveniente de Luiz Correia e Parnaíba, da primeira composição ferroviária. Locomotiva, movida a lenha, com vários vagões de carga e passageiros, da Estrada de Ferro Central do Piauí.
- O quinto Intendente de Piracuruca foi Joaquim de Moraes Britto. Ficou no cargo até 1924.
- Em 1929, o coronel Luiz de Britto Mello volta a ocupar a Intendência de Piracuruca.
- Luiz de Britto Mello, em 1930, em razão da revolução, chefiada por Getúlio Vargas, foi substituído pelo prefeito nomeado, major Anfrísio Gomes.
- Em 1937, o prefeito era o comerciante Lucas Menezes. Morreu em acidente automobilístico no Rio de Janeiro. Foi substituído por José Lopes da Tridade.
- Raimundo Ney Baumann foi nomeado intreventor de Piracuruca. Militar, ficou pouco tempo no cargo.
- Em 1942, assume a Prefeitura o médico João Fortes de Cerqueira.
- O seu sucessor foi o comerciante e agropecuarista Antônio José de Souza, que depois foi deputado estadual. É patrono da Academia de Letras da Região de Sete Cidades.
- No biênio 1945/1946, Piracuruca teve dois prefeitos nomeados: João Fortes dce Cerqueira e Agenor de Moraes Menezes.
- No mesmo período, teve dois interventores: o coronel Torquato Ferreira e o professor José Bittencourt Pereira. Este último pertence aos quadros da Academia de Letras da Região de Sete Cidades, como patrono de uma cadeira.
- Em 1946, assume a prefeitura o dentista Cícero Fortes de Cerqueira.
- Em 1947, é sucedido pelo coronel e ex-Intendente Luiz de Britto Mello.
- O sucessor do coronel Luiz de Britto foi Raimundo da Silva Ribeiro, conhecido por Doca Ribeiro.
- José Mendes de Moraes, que também foi deputado estadual, assume a Prefeitura de Piracuruca. Geroca, como era popularmente conhecido, ficou no cargo de 1955 a 1959.
-Foi seu sucessor o médico José de Brito Magalhães, que ocupou o cargo no período de 1959 a 1961. Renunciou ao cargo alegando estar contrariado com a política.
- Com a renúncia, assume o comerciante Aníbal de Moraes Fontenele (1961).
- Raimundo da Silva Ribeiro ocupa o cargo de 1962 a 1966. - De 1967 a 1970 a Prefeitura volta a ser ocupada por José Mendes de Moraes.
- O odontólogo Cícero Fortes de Cerqueira é eleito para o período de 1971 a 1973.
- A população de Piracuruca elege novamente Raimundo da Silva Ribeiro para a dirigir os destinos do município de l973 a 1977.
- Nos primeiro ano da nova administração municipal, morre o prefeito Raimundo da Silva Ribeiro. É substituído pelo vice-prefeito Clarindo Primo (Jericó), que fica no cargo até 1977.
- É substituído pelo comerciante e agropecuarista Franklin de Andrade Fontenele, cujo mandato vai até o ano de 1982.
- O sucessor de Franklin Fontenele é o agropecuarista Gonçalo Rodigues Magalhães, mais conhecido por Gonçalinho, que ocupa a Prefeitua de 1983 a 1988.
- O sucede a Gonçalinho o prefeito Adelino Fortes de Moraes Melo, no período de 1988 a 1992, responsável pelas solenidades comemorativas do centenário de Piracuruca.
- O agropecuarista Gonçalo Rodrigues Magalhães é eleito, novamente, prefeito de Piracuruca e fica no cargo até 1996.
- Em 1997 é substuído pelo prefeito Raimundo Alves Filho, cujo mandato vai até o ano 2000.
- Raimundo Alves Filho é reeleito prefeito de Piracuruca para um mandato de mais quatro anos, ficando no cargo até 2004.
- Para o período 2005/2008 foi eleito Alcides Cardoso de Araújo.
- O Comerciante Raimundo Viera de Brito foi eleito e assumiu de 2009 a 2012.
- Novamente o médico Raimundo Alves Filho foi eleito para o mandato de 2013 a 2016.


Terremotos ou abalos sísmicos em Piracuruca

Em 1808 ocorreu no Piauí um terremoto que tivera origem no Rio Grande do Norte, teve tal intensidade que chegou a ser percebido em Piracuruca.


Formação de areia, próximo ao Bairro Esplanada, 2013

No dia 16 de março de 2008, sábado por volta de 23 horas, ocorreu outro abalo sísmico em Piracuruca, motivado por falhas geológicas. Com 3,5 pontos na escala Richter e teve duração de cerca de 3 segundos. Seu epicentro foi na cidade cearense de Sobral e onde pôde ser sentido em outras cidades circunvizinhas a Piracuruca o que causou bastante medo em diversas pessoas, porém sem maiores danos psicológicos. Muitas casas tiveram suas estruturas afetadas pelo abalo e como era noite, várias pessoas dormiam naquele momento. Só quem presenciou o fenômeno pode falar da forte sensação que aconteceu naquele instante do abalo. Dias antes porem um pouco mais fraco sentiu-se um abalo em proporções menores que este.

Monumento de Pedra na localidade Saco Monte belo,zona rural, foto:márcio Gomes, 2007

Monumento natural de rochas sedimentares e pinturas rupestres na Fazenda lagoa de cima na localidade Tabuleiro dos Gomes em Piracuruca-PI(foto: piracuruca.com)

Ponte sobre o Rio Jacareí, 2011



A relógio da torre da igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo
Foto: 1937 sem o relógio

Foto 1946 com o relógio

O relógio da torre direita da igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo foi instalado em 08 de julho de 1946 por João Batista de Oliveira e Osvaldo Frazão, que na época foi um grande acontecimento na cidade. O relógio é de origem Suiça, onde todo o sistema funciona movido à cordas com uma manivela na parte funcional do mesmo. Seus números ainda conservam sua descrição em algarismo romano, de meia em meia hora dar-se soam-se o sino que de acordo com os badalos saibamos as horas.



A Estrada de Ferro Central do Piauí foi uma empresa ferroviária piauiense que ligava Teresina a Luís Correia (antiga Amarração), no litoral do estado.


Foi criada no início do século XX (1923 a 1932) inicialmente ligando a Vila de Amarração (atual Luís Correia) a Piracuruca. Entre os anos 50 e 60 foi interligada ao trecho de Piripiri a Altos. Assim efetivava-se sua completa interligação da capital Teresina ao pretenso porto marítimo de Amarração (Luís Correa), obra que se arrastava desde o império. A estrada de Ferro Central do Piauí foi prejudicada pela inconclusão do Porto; foi considerada de tráfego baixo e foi desativada em meados da década de 1990. Tinha rota nas cidades de Teresina, Altos, Campo Maior, Cocal de Telha, Capitão de Campos, Piripiri, Piracuruca, Brasileira, Cocal, Buriti dos Lopes, Parnaiba e Luís Correia. Conhecida também pela sigla EFCP, e integrava o sistema da RFFSA, Rede Ferroviária Federal S A. É quase paralela à BR 343.




Uma estação de esperanças na Piracuruca



Passam cerca de trinta minutos do meio-dia de segunda-feira, 19 de novembro de 1923. A plataforma de embarque e desembarque da recém-construída Estação Ferroviária de Piracuruca se acha prestigiada por dezenas de autoridades locais e regionais e completamente tomada pela população em geral. Finalmente, faz-se ouvir o apito do trem, ainda distante. Pouco tempo depois do primeiro aviso outro se segue... E eis que surge a “maria-fumaça”, encabeçando o conjunto de vagões, repletos de convidados ilustres - parnaibanos em sua maioria - para a inauguração do serviço regular da estrada de ferro. Esse é um momento ímpar na história piracuruquense, em face da grande esperança de progresso para a plaga abençoada pela Virgem do Monte do Carmo e circunvizinhanças.

A tradição oral, alguns registros documentais primários e alusões de cronistas da época atestam que o fato se constitui em um grande acontecimento para a cidade. Em meio a discursos, palmas e foguetórios, a “Lyra Senador Gervásio”anima os presentes à gare piracuruquense, executando inúmeras peças de dobrados, valsas e tangos. À noite, um pomposo baile é oferecido aos visitantes, no Palácio da Intendência Municipal, sob a coordenação de uma comissão, especialmente composta para a ocasião.

O processo da construção da estrada, no entanto, não havia se revelado tarefa fácil. Mais de meio século de expectativas e lutas são transcorridos, desde as primeiras iniciativas até aquela importante data. A pretensão tem sua nascença ainda no Período Imperial, quando o presidente da Província do Piauhy, consoante o Decreto nº 77, datado de 26 de maio de 1871, autoriza os Srs. José Maria Barnes, Francisco Gano Gulick, Joaquim Coelho Fragoso“[...] ou a quem mais vantagens oferecesse, a construção de uma estrada de ferro que, saindo da Villa da Amarração chegasse à Parnahyba”. O projeto inicial tem o objetivo de viabilizar o transporte de passageiros e cargas entre as duas localidades, atendendo as necessidades do tão aspirado Porto de Luis Correia.

Data de 1905 os primeiros estudos técnicos da futura via férrea. Somente em 1911, porém,é celebrado contrato com a empresa South American RailwayConstrution Ltda. e adquiridos equipamentos para a execução do primeiro trecho. Após diversas altercações e atrasos, a etapa é concluída cinco anos mais tarde, sob a chefia do engenheiro civil Miguel Furtado Bacellar (1875-1952). O plano original da artéria sofre diversas modificações, sendo a mais importante o seu prolongamento até Campo Maior, daí prosseguindo até Altos, para interligar-se, por fim, ao trecho Teresina-Oiticica. No entanto, as obras, em seus diversos trechos, arrastam-se lentamente, conforme atestam as datas de inaugurações das estações e início dos serviços regulares: Amarração e Parnaíba, 19 de novembro de 1916; Cocal, 01 de maio de 1922;Deserto e Piracuruca, 19 de novembro de 1923; Brasileira e Piripiri, 13 de fevereiro de 1937; Campo Maior, 30 de dezembro de 1952; Altos, 01 de novembro de 1965.


No campo político, inúmeras são as batalhas travadas pelos piauienses para a superação dos difíceis obstáculos. No front dessas lutas, destaca-se o coronel Gervásio de Britto Passos (1837-1923), nelas desempenhando papel fundamental. Desde o início de seu mandato de senador da República, em 1908, Gervásio intensifica gestões junto ao Congresso e ao Governo Federal para viabilizar os projetos, valendo-se de seu grande prestígio pessoal e da vasta experiência pública. Com o afastamento do ilustre piracuruquense dos cargos eletivos, no final de 1915, prosseguem os esforços, tendo à frente o engenheiro e deputado federal piripiriense José Pires Rebêlo (1877-1947), dentre outros. Em sessão plenária da Câmara de Deputados, Pires Rebêlo pronuncia: “Se o progresso de um país ou de um Estado se mede pelo desenvolvimento e extensão de suas linhas férreas, claro é concluir que o Piauí seria o Estado mais atrasado da Federação. Contra isso, entretanto, a minha voz há de se fazer sempre ouvir neste recinto”.
Na esfera administrativa, a via férrea do norte piauiense está vinculada à Rede de Viação Cearense (RVC), desde a sua concepção até o ano de 1920, quando passa a ter gestão própria, recebendo a denominação de Estrada de Ferro Central do Piauhy (EFCP). Em 15 de abril de 1942, a Companhia é incorporada à Estrada de Ferro São Luis-Teresina (EFSLT). Em conformidade com o Decreto Lei nº 9.774/46, de 06 de setembro de 1946, a autarquia volta a ter autonomia, a partir de janeiro de 1947. A Rede Ferroviária Federal S. A. (RFFSA) é criada em 16 de março de 1957, consoante Decreto Lei nº 3.115/57, reunindo 22 companhias férreas brasileiras, dentre as quais a do Piauí. A RFFSA entra em operação a partir de setembro do mesmo ano.
Verificando o processo de concepção, implantação e funcionamento da ferrovia que corta o território centro-norte piauiense – conector da região com os estados do Ceará eMaranhão – tem-se uma dimensão da visão de futuro lobrigada por diversas personalidades - seja do ponto de vista técnico, seja no campo político - incluindo-se, dentre os quais, Miguel Furtado Bacellar, Gervásio de Britto Passos e José Pires Rebêlo. Por sobre os seus trilhos e dormentes, durante mais de sete décadas, são transportados os bens econômicos mais importantes produzidos na região, à época: gado, cêra-de-carnaúba, couro, tucum, babaçu, gêneros de primeira necessidade e outros. Em seus vagões de passageiros circulam pessoas e idéias que vão transformar a sociedade da época. Em contrapartida aos produtos exportados, as estações ferroviárias tornam-se receptáculos de novos modelos, valores, costumes e hábitos de consumo dos centros mais desenvolvidos, absorvidos e incorporados pelas populações locais.
Alguns fatores, no entanto, contribuem para que a artéria férrea do norte piauiense perca, gradativamente, sua importância estratégica: o equívoco da política desenvolvimentista brasileira de priorizar o transporte por meio de rodovias; a não conclusão do porto marítimo de Luis Correia; e a queda acentuada na comercialização de alguns produtosda região junto aos mercados nacional e internacional, caso da cera de carnaúba.
O desinteresse político e econômico pela estrada de ferro traz, em seu bojo, a falta de recursos para investimentos e manutenção, dando início a uma longa agonia.A crise tem seu desfecho definitivo com a inatividade da linha, ocorrida entre o final da década de setenta, quando o transporte de passageiros deixa de operar, e início da década de noventa, com a paralisação total do transporte de cargas. Em consequência da desativação, os imóveis de propriedade da RFFSA ficam relegados ao abandono, incluindo-se a Estação da Piracuruca. Monumento inconteste dos tempos áureos da economia local, o prédio mergulha em longos anos de ostracismo e completo descaso. Goteiras se multiplicam nos sucessivos invernos; colônias vorazes de cupins aniquilam as estruturas de madeira do teto; o comprometimento da estrutura do prédio é apenas uma questão de tempo, face ao concurso depredatório de vândalos, que insistem em consumar o serviço nefasto. É dessa forma que a velha construção, festivamente inaugurada em finais de 1923, transforma-se, praticamente, em ruína.
O estado deplorável em que o prédio da Estação Ferroviária de Piracuruca se encontra, nos primeiros anos do século XXI, denuncia, com absoluta clareza, o nível de descaso da sociedade local para com os seus bens históricos e culturais. Ao tempo em que a velha gare piracuruquense agoniza, suas similares, em cidades vizinhas, têm melhor sorte. As construções, em sua maioria, são recuperadas e recebem novos usos: a Estação daParnaíbatransforma-se no “Museu do Trem do Piauí”, acolhendo, ainda, diversos órgãos públicos municipais, dentre os quais a Secretaria de Educação; a do jovem município de Bom Princípioabriga a Câmara Municipal; a de Cocal da Estação é ocupada pela Secretaria Municipal de Cultura; a de Piripiri, privilegiada pela ampla estrutura física, além de receber a Secretaria Municipal de Cultura, transforma-se, também, em importante espaço para a realização de eventos culturais; a de Campo Maior dá abrigo a um museu particular.
Apesar das graves agressões sofridas por cerca de trinta anos, vítima do absoluto descaso de gestores públicos e da incompreensível ausência de reação da população local, o combalido prédio da Estação Ferroviária de Piracuruca recebe, finalmente, um novo alento. Alguns setores da sociedade civil piracuruquense despertam para a iminente sucumbência do prédio e decidem realizar uma mobilização providencial: a situação é denunciada em artigos na imprensa; uma campanha pró-recuperação é deflagrada em sítio da internet; membros da comunidade acadêmica explicitam, em seus projetos e seminários, a aguda conjuntura; outros indivíduos e grupos se manifestam, oficial e extra-oficialmente, cobrando ações do aparelho estatal.
Diante dos apelos formulados, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) finalmente entra no circuito, de forma providencial. Na segunda metade de 2008, o órgão realiza uma pequena obra, visando conter as depredações. Em ato contínuo, são iniciados, no início de 2009, os serviços visando à restauração arquitetônica, recuperação das instalações e paisagismo do entorno do prédio. A execução do projeto é confiada à empresaBissetriz Projeto e Construções Ltda., com orçamentação inicial prevista em R$ 114.092,54 (cento e catorze mil, noventa e dois reais e cinquenta e quatro centavos).
Ultimados os serviços, o prédio é cedido, em regime de comodato, a entidade piracuruquense do terceiro setor. Em 27 de novembro de 2009, em cerimônia simples, os gestores do IPHAN no Piauí fazem a entrega das chaves aos representantes da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE), sob o compromisso de ali serem desenvolvidas iniciativas nos campos educacional e cultural. Bem distinta da efusiva e histórica festividade de 19 de novembro de 1923, o ato representa, no entanto, o restabelecimento do necessário compromisso público para com o patrimônio material da emblemática Estação Ferroviária dePiracuruca. Mais que isso: faz reluzir fagulhas de esperança de que esse importante “lugar de memória” prossiga existindo, não apenas como monumento alusivo a um singular período da história econômica e social local, mas, agora, também como “ponto de cultura”, capacitado a acolher diversas atividades no tempo presente e, espera-se, por um longo futuro.
Não obstante os trabalhos de reabilitação da velha Estação, outros elementos que integram o conjunto do patrimônio histórico e cultural da Piracuruca carecem, também, de urgentes atenção e providências. Entre os bens materiais, incluem-se os casarios relativos aos períodos colonial e ciclo da cera de carnaúba, bem como o que resta do acervo documental primário (registros civis, administrativos e eclesiásticos), necessitando urgentes tombamento, recuperação e preservação. Dentre os imateriais, relacionam-se: tradições, folclore, costumes, atos e fatos históricos, personagens e personalidades, estórias populares. Todos esses elementos precisam ser reavivados, documentados, mantidos e divulgados. Alerte-se que o patrimônio sob comento consubstancia a herança de várias gerações, acervo que registra a trajetória da civilização piracuruquense, sua memória, sua identidade. Em face da relevância que se reveste o assunto, cabe aduzir aos indivíduos e instituições políticos – aqueles que se propugnam representar os interesses do povo - que as ações de apoio, incentivo, valorização e difusão de manifestações culturais são direitos da sociedade, consolidados pela Constituição Federal, e, por conseguinte,deveres positivos do Estado. Fonte: Blog Cultura de Piracuruca (professor Augusto Brito)Uma estação de esperanças na Piracuruca,  Disponível em: http://culturadepiracuruca.blogspot.com.br/2011/12/uma-estacao-de-esperancas-na-piracuruca.html








Fotos: Márcio Gomes

PIRACURUCA POSSUI LUGARES TURÍSTICOS EM 

QUE O VISITANTE PODE APRECIAR MUNICÍPIO, DENTRE ELES:

 O RIO PIRACURUCA, A PRAINHA, PARQUE NACIONAL DE SETE CIDADES, 

BARRAGEM PIRACURUCA, A ARQUITETURA COLONIAL DO CENTRO DA CIDADE, ETC.




PRAÇA IRMÃOS DANTAS (CENTRO) Foto: Márcio Gomes

GRANDE LAGO DA BARRAGEM DO RIO PIRACURUCA











Fotos: JMF Piracuruca




FOTOS AÉREAS DE PIRACURUCA EM 2012





FOTOS AÉREAS:  ÂNGELO CARVALHO



Fotos: GK e Rafael Carvalho
Morro do Bom Gosto tem fácil acesso e fica vizinha a área ambiental do PNSC e tem fiscalização de agentes do parque e no passado era visto por dezenas de viajantes, pois existia ali, uma estrada muita usada pelos colonizadores da região. A área é privada e remanesce de agressões passadas, mais hoje, essas agressões foram substituídas por uma preservação conjunta, ou seja, proprietários, nativos e instituições ambientais.



MAIS FOTOS DE PIRACURUCA


Barragem de Piracuruca(Fotos: Márcio Gomes)


RIO PIRACURUCA


PONTE METÁLICA



COMPLEXO PRAINHA ÀS MARGENS DO RIO PIRACURUCA






CASAS ANTIGAS tombadas pelo IPHAN
Fotos: JMF Piracuruca

FOTOS DE LUGARES DE PIRACURUCA


POÇO DA VARA (RIO PIRACURUCA) Foto: Márcio Gomes


ENTRADA DO MERCADO VELHO (Foto: Márcio Gomes)




VISTA DA PRAÇA IRMÃOS DANTAS- CENTRO(Foto: Márcio Gomes)


GRANDE LAGO DA BARRAGEM PIRACURUCA(Foto: Arquivo Piracuruca Web)

PEDRA NO FORMATO DE CABEÇA (LOCALIDADE SACO MONTE BELO) Fotos: Márcio Gomes

Vista aérea do centro da cidade

Lavadeira de roupas no Rio Piracuruca


PRAÇAS DE PIRACURUCA


PRAÇA IRMÃOS DANTAS (Fotos: Márcio Gomes)


PRAÇA DR. JOSÉ DE BRITO MAGALHÃES 

PRAÇA MADRE GURGEL (PATRONATO)




LUGARES QUE EXISTIRAM EM PIRACURUCA


Trilhos do trem (Localidade Cruz)


 Antiga Rodoviária em 2001


Praça Irmãos Dantas, 1945
Antiga Praça da Usina, 2004
Praça da bandeira, 1989



A história da radiodifusão AM em Piracuruca


HISTÓRIA E CULTURA

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